segunda-feira, 27 de setembro de 2010

THORN IN MY PRIDE

Wake me when the day breaks
Show me how the Sun shines
Tell me 'bout your heartache, who could be so unkind

Do you dream to touch me?
And smile down deep inside
Or could you just kill me?
Hey, it's hard to make up your mind sometimes

My angels, my devils, a thorn in my pride
My angels, my devils, a thorn in my pride

Are you wanting inspiration?
You spill your secrets on me
Then you tell me with a whisper
Of things that will never be

Do you hear me breathing?
Does it make you want to scream?
Did you ever like a bad dream?
Yeah, sometimes life is obscene

My angels, my devils, a thorn in my pride
My angels, my devils, a thorn in my pride

My angels, my devils, a thorn in my pride
My angels, my devils, a thorn in my pride

Lover, cover me with your sleep

Let your love light shine, let it shine
Lover, cover me with a good dream
Oh let your love light, let your love light shine

All I wanna know, do you ever want to let it shine
Do you ever want to let it shine?
Your love light, your love light, now listen

Lover, cover me with your sleep
Let your love light shine,

let it shine...


[Robinson & Robinson]

terça-feira, 14 de setembro de 2010

The Baron Chronicle

Hungry Like the Wolf do Duran Duran sempre tem o efetio de empurrar minha memória lá pra trás. Barão Geraldo era um mundo dentro do mundo e na época desta fome de lobo o Aulus chamava-se Sancho Pança e era o máximo que conseguíamos alcançar de bicicleta ou a pé. A avenida Sta. Isabel e cercanias era aventura que exigia motor.

A vocação era o esporte, notadamente o futebol, onde Tato, André Galembeck e Lourenço (que não era de Barão, mas era como se fosse) formavam um trio de craques. Jogar contra eles era certeza de que um empate já seria tarefa dificílima.

Mas o universo de personagens e talentos era enorme, e muitas delas eu nem lembro ou pior ainda, nem cheguei a conhecer. Os irmãos Martin e Tristan tinham uma banda cover de Duran Duran, a primeira banda cover que eu vi na vida, acho que na época o termo "banda cover" nem existia. Martin comandava os teclados, ele tinha um equipamento avançadíssimo naquela época, (se não me engano) um teclado Roland, algo infinitamente superior ao órgão Hering com um ventilador embutido que meu pai tinha trazido de uma promoção do Makro (bem, não é de se estranhar que eu não tenho desenvolvido certas habilidades). Tristan tinha uma Les Paul, não sei se era Gibson, porque eu nem sabia o significado dessa palavra na época, mas é provável que fosse, eles eram (filhos de) americanos e tinham acesso facilitado a essa coisas que na época aqui era algo como "qualquer Gianinni é um luxo". Além da guita, Tristan cantava. Completavam a banda, o Búlgaro na bateria e Frangão no baixo. O Búlgaro tinha uma moto muito bacana, acho que era uma uma Garelli ou Agrale, uma italiana barulhenta, a gente sabia desde a curva de entrada na avenida 19 que ele estava chegando e aquilo estava uns dois ou três degraus acima daquilo com o que sonhávamos: uma mobylete. Frangão tinha o apelido tirado do gibi do Pelezinho, não lembro nem se era justo, não lembro dele ser goleiro apesar de que o cara era simplesmente uma referência, literalmente: o sujeito era enorme, só superado pelo Noel que ficou famoso no bairro porque aos 11 anos já calçava 43.

Simon Le Bon e Sheila Ming no clip de HLtW.

A banda era muito boa. Afinada mesmo, executava os hits do Duran Duran com precisão cirúrgica. Devo confessar que na época eu achava que o universo musical era uma coisa dividida entre os Beatles e o resto, então, DD estava longe de ser minha banda favorita. Com aquelas música mais melosas tipo The Chaffeur, eu nunca fui muito, mas as coisas mais movimentadas como Planet Earth, Girls on Film e Hungry Like the Wolf (minha favorita), eu achava bem bacanas. Talvez pelo clipe naquele clima de Indiana Jones com toques de sensualidade providos pela linda atriz que contracenava com Simon Le Bon, ou simplesmente pelo tchu-tchu-tchuru, tchu-tchuru, tchu-tchuru tchuchu! que finalizava os versos. Em retrospectiva gosto mais deles hoje, do que na época. Na época mesmo, a banda dos irmãos Martin e Tristan faziam mais a minha cabeça que a original. Martin ainda namorava a Cris, com quem estudei desde a terceira série e era uma tímida loira magrelinha que os anos de ballet trataram com generosidade até o ponto de na formatura do terceiro colegial ela ousar vestir uma forma que, bem, digamos que excluía definitivamente a palavra "decote" do dicionário. Martin acho que virou médico. Deve dar suas tecladas por aí de vez em quando. Os outros três eu desconheço o paradeiro, mas eu tenho uma lembrança muito boa desses caras que me apresentaram o universo pop requintado deste que foi, sem dúvida, um dos melhores sons dos anos 80.

[M]