É possível tirar um blog do ar? Dar sumiço nele? Escafedê-lo? Sei lá... Pra onde ele vai? existe alguma espécie de lixo cibernético virtual? Bem, de qualquer forma volta ao ar o blog mais sazonal e esporádico da rede. Pra quem gosta de atualizações diárias ou similares, twitter etc e tal, isso aqui é água no chopp, empata foda total.
As melhores bandas da onda punk foram exatamente aquelas que ali surfaram enquanto conveniente, e depois caíram na chamada new wave, no momento em que perceberam que o conteúdo ali era limitado demais. Exceção feita ao The Clash, que conseguiu manter o status punk ad eternum, ainda que sua obra-prima, o exuberante London Calling, seja punk mais na pose que na música (esta era uma banda real, com afinidades sinceras entre os músicos e a música, não uma galera que foi juntada para ajudar boutique a vender roupa rasgada). The Police, Talking Heads e Blondie costumam ser associadas por aí ao (início do) movimento punk.
O primeiro disco do Police é o que mais se aproxima da estética punk (seja lá o que isso for), talvez por isso, o disco mais fraco deles. A partir do segudo álbum a banda começou a voar... As canções de Sting quase sempre vão muito além da temática rock (que dirá da punk), Stewart Copeland é provavelmente o melhor baterista de rock surgido depois da era de ouro e Andy Summers era um cara muito perspicaz e de ótimo gosto musical. Suas inserções são pontuais, parecem discretas mas são quase sempre essenciais. Os acordes com nonas que ouvimos em Message in a Bottle por exemplo são sublimes e transformam a música num clássico imediato. É um cara com outra cabeça. Não tem (quase) nada a ver com os guitarristas dos anos 60/70, geralmente o centro das atenções, com tudo o mais girando em torno deles (bem, depois de Hendrix e Clapton, isso foi levado ao extremo). Andy é o cara que toca o complemento, é o cara que tempera as músicas com bom-gosto e inteligência. Daí esta banda criou uma coisa que era muito porque era pouco, ou vice-versa, sei lá.
Na música brasielira então, nem se fala. Ditadura das harmonias complicadas, lindas melodias, ritmos diversos e de quebra, poesia de alto nível. Gilberto Gil, Língua de Trapo e Rita Lee prestaram suas homenagens, mas a real e outra. (No Brasil:) Muito difícil ser punk. Camisa de Vênus tinha o nome, a pose e um pouco da música. O mesmo pode ser dito de Ira!, Plebe Rude e principalmente, Garotos Podres (para se ater aos mais conhecidos). Quem não definhou, mudou de time e, diga-se, para melhor.
Enfim: Punk-se quem não puder*!
* fazer melhor...