quarta-feira, 7 de julho de 2010

Continuando a estrada da voz...

7. Parei na princesa (ou rainha), agora entra o ogro: Ozzy Osbourne. É a síntese do vocal de heavy metal. Um contraponto agudo a massa sonora de registro extremamente grave do Black Sabbath. E o mais importante: parece que jamais se levou totalmente à sério.

8. Johnny Cash é uma voz impressionante. Transitando entre o folk e o country é impossível não se render às suas interpretações, mesmo que não goste do estilo. Seus últimos registros são fantásticos, ele refaz Rusty Cage e Personal Jesus (pra ficar só em dois exemplos) como se fossem suas.

9. Bob Marley provavelmente é o mais apaixonado cantor que eu já ouvi. Apaixonado pela sua música, pelas verdades que ele vive ali. Qualquer música na voz de Bob é um depoimento sincero e comovente.

10. Kelly Jones, guitarrista da banda galesa Stereophonics tem um registro impressionantemente rouco. Lembra o Rod Stewart dos Faces. Mas Kelly é mais malandro e cheio de bossa, beira o exagero às vezes. Interpretando Don't Let me Down, dos Beatles ele consegue ser ainda mais convincente que o próprio Lennon. Sublime.

11. Mas, nenhuma voz dessa nova geração roqueira é tão impressionantemente boa quanto a de Caleb Followill, do Kings of Leon. Além de um timbre único, uma voz muito bonita mesmo, ele acelera e "tira o pé" na hora certa. Claro que sua banda é muito boa, mas muitas de suas melhores canções são levadas, até mesmo ritmicamente, pela voz impressionante de Caleb.

12. Não poderia deixar de falar de quem não vou falar: Elvis. Acho chato, típico herói americano. Claro que é talentoso e tinha uma voz incrível. Mas quando penso no rei do rock, lembro daquela jaqueta branca cravejada de brilhantes ou aquelas rídiculas películas que assolavam Sessão da Tarde na década de 70. Além do que, suas boas músicas não lotam um fusca. Junte-se aqui outro herói americano, morto recentemente, que não merece sequer a não-citação e também o vox de uma banda irlandesa que tem o som maneiríssimo, mas que esse sujeito enjoado consegue estragar.

13. Meu gosto pela voz de Jeff Tweedy deve se confundir com o tanto que eu gosto da música do Wilco. De qualquer forma, duvido que sem ele o som da banda seria o mesmo (até porque ele é meio que o dono da banda...)

14. Eric Burdon dos Animals é meu vocalista preferido das bandas dos sixties. Linda voz, cheia de energia. Também merecem registro Roger Daltrey do The Who e, claro, o eterno Jim Morrison.

15. As harmonias vocais mais belas do rock devem-se à Crosby, Stills e Nash (e Young). É claro, não há aqui ineditismo, grupos vocais eram frequentes entre a música negra (Temptations, Supremes) e mesmo os Beach Boys já faziam isso desde o início da sua carreira e o Queen levaria esta idéia a extremos (então) inimagináveis. O álbum homônimo é fantástico e trilha obrigatória de Woodstock. A melhor descrição de sua música vem de Wooden Ships: Wooden ships on the water, very free... Easy, the way it's suposed to be...

16. Sim, existe uma penca de vocalistas negros de soul, gospel etc e tal que colocariam (pelo menos) metade desta lista de joelhos... Conheço pouco a paragem. Gosto muito de Otis Redding e Marvin Gaye, são dois registros e idéias de cantar muito distintos e, coincidentemente tiveram fim tragico (principalmente Marvin Gaye, assasinado pelo próprio pai). O pouco conhecido Baby Huey morreu antes de completar seu único disco, mas deve ser reconhecido como uma voz potente e brilhante. O lindo disco gospel de Ben Harper com os Blind Boys of Alabama também está na categoria de música vocal da mais alta qualidade. Stevie Wonder adoro ouvir também sua voz, além de sua música excepcional, e o falecido Billy Preston tem uma participação magnífica no Concert for George. Claro, isso tudo sem falar no maior de todos, Ray Charles, que é sinônimo de música, em todos os sentidos.

17. A presença da voz humana na música pop abre as portas para a presença feminina no rock, que sempre foi clube do bolinha. Janis Joplin é referência óbvia, obrigatória e, mais do que justa. Nenhum vocalista homem de rock jamais chegou a seus pés. Jóia, mais que rara, única. Mas a minha favorita mesmo é Aretha Franklin. Onde é normal escutar uma pá de vocalistas que cantam gritando, Aretha grita (quando necessário) cantando. Da nova geração, gosto de Norah Jones, mas Amy Winehouse é simplesmente imbatível. Impossível não se render à sua música, e como se não bastasse, seu comportamento já é a de um mito pop, com vida pessoal atribulada regada a casos amorosos indizíveis e todo o tipo de drogas.

[CONTINUA AINDA, COM A VOZES DO BRASIL]

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