sexta-feira, 9 de julho de 2010

Estrada do Sol (parte I)

O plano era começar a falar sobre as vozes brasileiras mas, a lista de esquecidos ficou grande demais e preciso continuar com eles...

18. A Andréa pede que eu cite Chris Robinson, dos Black Crowes. O texto poderia até ser análogo àquele sobre Jeff Tweedy e a música do Wilco uma vez que a voz de Chris e a música do Corvos são absolutamente indissociáveis (ainda que eu ache que sua voz tem uma tendência a ficar ardida demais às vezes, com se tivesse um drive ligado na garganta).

19. O camaleão David Bowie também foi injustamente esquecido. E o gancho nos leva a Lou Reed (que estava longe de ser um grande cantor) e a Iggy Pop (que se eu não cito capaz de perder um grande parcela de meus seguidores). Este último não me agrada no seu período inicial, cru e gritado, mas sua voz madura como no magnífico dueto com Katie Pearson (B52's) em Candy.

20. E o que dizer dos pioneiros esquecidos do Blues? De novo, Muddy Waters e John Lee Hooker são vozes obriagatórias. Graves, malandras e cheias da alma do blues, bem como Howlin' Wolf, que era "só" cantor. No outro extremo do espectro vocal tem os cantores de soul, grupos negros vocais de voz mais fininha... Conheço pouco, e gosto bastante de Smokey Robinson (além do que, ótimo compositor). No meio do caminho, James Brown!, como fui me esquecer dele? Lembrei também dos irmãos australianos Bee Gees, isso marcou época não? Stayin' Alive é hit obrigatório de qualquer banda de casamento/formatura que se preze. Difícil é alcançar aquele agudo...

21. Dois nomes menos conhecidos são Jeff Buckley e Elliott Smith. Ambos faleceram tragicamente deixando uma discografia muito pequena. O primeiro tem em Grace sua obra-prima, cantor de recursos vocais extraordinários e timbres únicos. O segundo tem um som e uma voz mais comedidos (se comparados com o anterior), do tipo mineirinho come quieto, mas que fica nervos e vez em quando. Recomendo Xo e From a Basement on a Hill.

Sim, e acho que não vou ficar vasculhando mais a memória... Se alguém me aparece desavisadamente, vai pros comentários... No meio do caminho, entre o pop-rock internacional e o tupiniquim, lembro-me de dois nomes cucarachas (ou quase):

22. Pau Donés guitarrista e vocalista do espanhol Jarabe de Palo e o uruguaio Jorge Drexler são minhas vozes preferidas em espanhol (incluiria aqui outro espanhol, Camarón de la Isla, mas isso já foge bastante do foco original), principalmente o segundo. Os africanos Salif Keita (Mali), Baba Maal e Youssou N'Dour (ambos do Senegal, princialmente os senegaleses, trazem uma rica e agradável mistura de ritmos e melodias locais com o universo pop global. E são cantores de primeira. Menos global, mas ainda melhor do ponto de vista da voz é a cabo-verdeana Cesária Évora, que foi mania por aqui há uns anos atrás, quando foi "descoberta" por Caetano Veloso. Bom, já que abri o leque, que tal a impressionante voz de Ibrahim Ferrér, de Buena Vista Social Club? Melhor parar por aqui, ou o post não termina nunca...

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